No Espírito Santo, o crescimento da indústria foi puxado principalmente pela indústria de transformação (15,2%). Segundo a economista-chefe da Findes, Marília Silva, contribuíram para esse resultado a melhora da demanda e dos preços das commodities (metálicas e celulose), a retomada da economia mundial e o crescimento do setor da construção.
“Vale ressaltar que esse bom desempenho da indústria de transformação no Estado refletiu, também, na geração de 8,8 mil novos empregos com carteira assinada e no valor exportado, que cresceu 86,8% no ano passado”, aponta Marília.
Em 2021, houve crescimento em todas as atividades que compõem a indústria da transformação: metalurgia (24,1%); produtos de minerais não-metálicos (17,2%); celulose, papel e produtos de papel (13,8%); e produtos alimentícios (5,6%).
Por outro lado, a retração da indústria extrativa exerceu uma espécie de freio sobre a indústria geral no Estado ao longo de 2021, caindo 11,5%.
“Parte da queda na indústria extrativa foi decorrente da redução da produção de petróleo e gás natural causada pelo processo de declínio natural dos campos maduros do Espírito Santo. Outra parte pode ser explicada pela menor fabricação de minério de ferro sinterizado no Estado e pela parada da produção nas usinas capixabas de pelotização de Tubarão 1 e 2 para adequá-las à fabricação de briquetes de minério de ferro”, analisa a economista-chefe da Findes.
Vale ressaltar que, apesar da queda da produção extrativa, o valor das exportações da indústria extrativa cresceu 142,6% em 2021, resultado puxado pelo aumento da cotação internacional das principais commodities do setor.
Tanto a indústria capixaba quanto a nacional expandiram em 2021, mas terminaram o ano ainda abaixo do nível produtivo pré-pandemia (fevereiro de 2020).
Quando comparamos dezembro de 2021 com o mês anterior (novembro), a produção industrial capixaba cresceu 4,6%, com alta de 5,5% na indústria de transformação e de 1,9% na extrativa.
Com o resultado positivo, o Espírito Santo teve o quarto melhor desempenho entre os estados pesquisados, ficando atrás apenas de Amazonas (14%), Goiás (8,8%) e Paraná (7,6%), e empatando com Mato Grosso (4,6%).
A produção industrial do Brasil cresceu 3,9% em 2021. De acordo com Marília Silva, esse resultado foi insuficiente para compensar a queda de 4,5% observada em 2020. “Mas vale ressaltar que a base de comparação esteve bastante deprimida no primeiro semestre de 2021, pois foi nesse período que a indústria sentiu os efeitos mais agudos da pandemia em 2020.”
Na média do país, tanto a indústria de transformação (4,3%) quanto a extrativa (1,1%) aumentaram a sua produção em 2021.
“O ano de 2021 fechou no positivo, mas foi volátil durante os meses. No primeiro semestre, a trajetória foi mais crescente, e o ganho acumulado chegou a ser de 13%. Mas, no segundo semestre, houve perda de fôlego e a produção teve sequência de quedas”, explica Bernardo Almeida, gerente da PIM-PF.
Fonte: Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes)