Indústria capixaba ameaça fechar 10 mil postos de trabalho no Estado
Com a ameaça de redução na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e, em consequência a possível suspensão dos contratos de competitividade, a indústria capixaba já teme uma demissão em massa. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, o setor de metalmecânica, que será atingido pela medida, pode fechar de 8 a 10 mil postos de trabalho.
"Os setores que têm esses contratos cresceram. É bom deixar claro que incentivo fiscal não significa mais lucros, mas sim maior competitividade, já que o mercado está muito competitivo", destacou Guerra.
O presidente da Findes explicou ainda que o setor de metalmecânica já enfrenta uma crise nos últimos seis meses e, caso fique realmente sem o benefício, a "tragédia vai ser muito maior".
Atualmente, dentro desta cadeia são gerados 40 mil empregos. "Essa discussão acaba criando uma instabilidade jurídica para o setor. Quando se cria essa insegurança já é ruim e compromete até a vinda de novos empreendimentos".
Com objetivo de mobilizar o segmento empresarial sobre a possibilidade do fim dos contratos de competitividade, a Findes realizou nesta segunda-feira (6) um debate sobre os contratos de competitividade e os impactos no setor econômico do Estado.
Guerra explicou ainda que a indústria capixaba fechou o balanço com saldo negativo de 10,7% no geral e 18,4% na indústria de transformação, setor responsável pela grande maioria dos empregos. "Como a economia do Estado é dependente das atividades de comércio exterior e a crise internacional persiste, não podemos perder essa ferramenta da para competir com as demais empresas que atuam no mercado nacional”, destaca o presidente.
A Findes tem contratos de produtividade beneficiando 21 segmentos que representam vários setores. Os contratos têm validade até 2024 e tem como objetivo o aumento da competitividade das empresas capixabas em relação às empresas que atuam no mercado nacional.
Com a manutenção da carga tributária mais baixa, as mais de mil empresas beneficiadas, representam 67% dos empregos gerados na indústria o correspondente a aproximadamente 150 mil empregos diretos.
No Estado, já foram contemplados com Contratos de Competitividade os setores de açúcar; café torrado e moído; massas pré-preparadas para bolos; aguardentes de cana-de-açúcar, melaço e outros; vestuário; metalmecânica; móveis seriados; gráficas; água mineral; móveis sob encomenda; embalagens plásticas e de papelão; atacadista; tintas e complementos; aquicultura e pesca; argamassa e concreto não refratário; rações; bares e restaurantes; e temperos e condimentos.